Publicado - Wed, 22 Nov 2023
Autor : Ney Wendell »»»
O acesso às mídias é facilitado na atualidade pela diversidade de mecanismos disponíveis na rede de internet. Em poucos segundos uma ação nas redes abertas do mundo virtual se espalha pelo planeta sem controles ou limitações de acessos. A instantaneidade da presença se consolida no mundo virtual, gerando uma rápida e efêmera conexão irrestrita entre um número de pessoas incontáveis que potencialmente se vinculam e se sintonizam nas redes. Como artistas espíritas temos que ter consciência desta repercussão incontrolável daquilo que colocamos nas redes sociais. Devemos ter a necessária cautela para identificar o que podemos e não podemos espalhar pelas redes, guardando em si a orientação do orar e vigiar. A palavra cautela significa aqui: precaução para evitar danos ou resultados indesejáveis, transtornos ou perigos. É também o cuidado, a prudência e a precaução. Temos que nos colocar com controle racional e consciente sobre o que escrevemos, o que falamos, o que escolhemos para seguir, como agimos e com quem nos conectamos. Somos responsáveis por todo ato que chegue ao próximo. Mesmo alguém perto ou longe, as atitudes tomadas geram efeitos que voltarão para o nosso ser devido nossa frequência energética estabelecida. Para manter este estado de consciência sobre como nos posicionarmos no mundo público das redes devemos ter uma cautela primordial: esperar para divulgar o melhor para a humanidade.
As vezes temos a pressa de logo divulgar uma obra que estamos desenvolvendo, mas não é ainda o momento adequado por diversos motivos. Como artistas espíritas temos a consciência que nós trabalhamos com uma equipe espiritual que orienta e guia nossas criações. As inspirações e intuições que temos podem vim diretamente desta equipe. Para que tenhamos sempre uma orientação para o bem, o amor e a justiça temos que nos manter na disciplina da oração, do estudo do espiritismo e da prática da caridade. Além disso, é preciso assumir nosso diálogo permanente com o Cristo e com a fé viva de que somos seus artistas servidores para o bem da humanidade. Com esta disciplina de educação espiritual e evangelização do espírito vamos sintonizando com uma espiritualidade mais harmonizada e celestial.
Nesta sintonia direta com a equipe que cuida de nós neste plano físico devemos nos perguntar: o que eu produzi como obra está pronto para divulgar nas redes sócias e ser acessado ilimitadamente por todos que quiserem no mundo? Estou pronto moral e intelectualmente para receber as energias e criticas que virão desta divulgação incontrolável nas redes? Eu já parei para pensar que esta obra pode ser apenas um exercício que é intimo e particular para que eu aprenda a fazer cada vez melhor? Tenho a certeza que a obra está de acordo com a moral espirita cristã na sua função de trazer o bem-estar espiritual para a humanidade? Será que eu posso limitar a divulgação para algumas pessoas com o objetivo de ter um retorno controlado e ir aprendendo aos poucos a lidar com grandes públicos das redes? Eu já me perguntei se devo esperar algum tempo para ter mais consciência sobre o momento certo de apresentar o meu trabalho ao mundo?
São perguntas que nós devemos nos fazer diante dos perigos e da ingenuidade nociva de divulgar uma obra que estaremos arrependidos depois pelos efeitos perversos causados na nossa vida e na dos outros. Algumas vezes não temos noção clara deste efeito perverso como o próprio perigo da superexposição com o sucesso no mundo da instantaneidade. Talvez este sucesso ilusório mudará toda uma programação espiritual que tinha sido estabelecida antes de reencarnar. O sucesso pode nos tirar do compromisso com o Cristo. Neste compromisso tínhamos assumido responsabilidade com determinados públicos ou comunidades espíritas, com a prática da caridade para educar nosso espírito no bem, com um tipo de produção artística cristã e espírita, com o dever de não se iludir com os ganhos materiais e tantos outros acordos que fariam parte de nosso processo evolutivo. Quando estamos encarnados somos estimulados a viver situações de erros já ocorridos como artistas em encarnações anteriores. Talvez não seja a primeira vez que assumimos o compromisso com o Cristo em nos manter na humildade, simplicidade e abnegação para que, assim, nossas obras ressoem na evangelização da humanidade. Estamos neste plano físico disponíveis para entrarmos em sintonias benéficas ou maléficas, por isso, precisamos ter esta consciência que Emmanuel nos traz:
“Respeitemos cada realização em seu tempo e cada pessoa no lugar que lhe é devido.
Todos somos companheiros de evolução e aperfeiçoamento, guardados ainda entre o bem e o mal. Onde acionaremos a nossa “parte inferior”, a sombra dos outros permanecerá em nossa companhia. Da zona a que projetarmos a nossa "boa parte", a luz do próximo virá ao nosso encontro”.[1]
É nosso dever como espírita projetarmos para o mundo o que temos de mais sublime em nosso ser. Há uma imensa responsabilidade em nossas obras para com o nosso próximo. Se decidimos hoje produzir uma obra que exporá ao mundo dores, feridas e tristeza que nos habitam, estas energias chegarão fazendo mal ao próximo e voltará para nós como estímulos nocivos e em sintonias degradantes. Somos artistas espíritas cristãos que tem consciência de que devemos trazer beleza, paz, amor e esperança ao outro. Jesus quer que estejamos disponíveis para consolar a humanidade com nossas obras divinizadas. O mundo está o tempo todos nos convidando para desviar desse serviço assumido com o Cristo, mas lembremos de Paulo quando nos disse « Todas as coisas nos são lícitas, mas nem todas nos convém” (Coríntios 1:6). Emmanuel nos alerta para nossa responsabilidade nos caminhos que escolhemos ao dizer que:
“O trabalhador cônscio das responsabilidades que lhe competem não se desvia dos caminhos retos. Há muita aflição e amargura nas oficinas do aperfeiçoamento terrestre, porque os seus servidores cuidam, antes de tudo, dos ganhos de ordem material, olvidando os fins a que se destinam. Enquanto isso ocorre, intensificam-se projetos e experimentos, mas falta sempre a edificação justa e necessária”.[2]
Por isso gostaria de fazer um convite para você artista espírita. Tenha cautela no uso das redes sociais ou quaisquer plataformas de divulgação instantâneas e ilimitadas de suas obras. Pare, ore e dialogue com Jesus e seu guia espiritual. Pare, ore e dialogue com seus irmãos da comunidade espírita. Pare, ore e tome consciência de seu compromisso com o nosso Cristo Amado.
Mon, 12 Fev 2024
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Sat, 02 Dez 2023
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